Tudo começou em Setembro de 1981.
“O Pajú tem histórias de (...) anos e muitas outras que as paredes, em pedra, guardam como se de segredos se tratasse. Não interessa saber
onde fica. O único ponto de referência é o Porto, à noite, que é quando tudo acontece e ninguém dá por nada. Os copos, as caras, as conversas cruzam-se, vezes sem conta, como num filme agradavelmente revisitado.
As portas desta casa abriram-se quando as convicções políticas estavam ainda acesas e, muitas vezes, a chama chegou a incendiar os ânimos. Nas mesas, alinhadas em duas filas de três, onde agora se choram intimidades e se desenrola o fio da vida num novelos de amigos, antes urdia-se, regavam-se rivalidades, tudo, tudo, por entre gargalhadas várias de copo
erguido ou concluios de rojada cerrada.
O Pajú é, hoje, um clube de poetas sem óbito nos jornais. Descobre-se
por arrastamento e vai-se por cumplicidade. Não é um sítio. É o sítio.”
(Miguel Carvalho, in Diário de Notícias, 20/02/1993)